sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Por que a gente grita quando está com raiva?


"O Grito", de Edvard Munch - 1893.
(Autor Desconhecido)


Um sábio profeta indiano caminhava pelas margens do Rio Ganges quando percebeu uma família brigando, uns gritando com os outros.

“Por que as pessoas gritam umas com as outras quando estão com raiva?”, perguntou aos seus discípulos.

“Porque perdem a calma”, respondeu um deles.

“Sim, mas por que elas gritam se a pessoa está bem ao lado delas? Elas poderiam muito bem falar a mesma coisa sem gritar.”

Os discípulos tentaram achar alguma resposta que explicasse o ato do grito, mas nenhuma foi satisfatória.

O profeta então falou:

“Quando duas pessoas estão com raiva, os corações delas estão muito distantes. Por isso elas precisam gritar. Quanto mais raiva elas têm, mais elas precisam gritar para cobrir essa distância. E quando duas pessoas estão apaixonadas? O que acontece? Elas não gritam uma com a outra. Elas falam suavemente, porque a distância dos corações é muito pequena. E quando elas se amam ainda mais? Ah, aí elas sussurram, chegam mais perto ainda, às vezes nem existe distância nenhuma entre os corações. E, finalmente, depois de um tempo, elas não precisam nem sussurrar... Basta um olhar. Isso é o quão perto dois corações podem estar.”

“Por isso - continuou o profeta - prestem atenção quando discutirem com alguém. Não deixem que os corações se afastem muito, porque poderá chegar o dia em que a distância pode ser tão grande que os corações se perdem, e não conseguem mais encontrar o caminho de volta para se encontrarem de novo."



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Rio e o Oceano

(Osho) 


Diz-se que antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais seria do que desaparecer para sempre!

Mas não há outra maneira, o rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Pode-se apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano, e somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Neste momento, o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano!

Por um lado é desaparecimento... E por outro lado é renascimento!

Assim somos nós. Há momentos na vida em que só podemos ir em frente e arriscar. Coragem! Torne-se Oceano!








quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Deixe a Raiva Secar

(Autor Desconhecido) - Via Érika Bahia


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia porque ia sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:

- Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.

Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:

- Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu sapatinho novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em seu sapato? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra do que a vovó falou?

- Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.

- Pois é, minha filha! Com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro, e depois fica bem mais fácil resolver tudo.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão. Logo depois, alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:

- Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.

- Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou.

E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar a história do sapato novo que havia sujado de barro.

Sempre que possível, seguremos os nossos ímpetos e deixemos o barro secar antes de limpá-lo... Assim correremos um risco menor de cometermos uma injustiça.








Oração ao Tempo


És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Vou te fazer um pedido.

Compositor de destinos,
Tambor de todos os ritmos...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Entro num acordo contigo.

Por seres tão inventivo,
E pareceres contínuo...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
És um dos deuses mais lindos!

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Quando o tempo for propício.

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
E eu espalhe benefícios.

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Não serei nem terás sido.





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