segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Quando eu preciso ser Outros...


A maior riqueza do homem é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como sou
— eu não aceito.

Não aguento ser apenas
um sujeito que abre portas, 
que puxa válvulas, 
que olha o relógio, 
que compra pão às 6 da tarde, 
que vai lá fora, 
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai. 
Mas eu preciso ser Outros.

Eu penso renovar o homem
usando borboletas. 

(Manoel de Barros)




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