quarta-feira, 16 de abril de 2014

Aborrecimentos


Nada mais comum do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações. Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.

Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.

Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de pavio curto, libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional. Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos matizes. Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.

Contudo, você não se acha no mundo para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde. Não está aqui para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida. Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.

Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, naqueles que se encontram no mundo para dar conta de compromissos. Assim, observe-se. Conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se por melhorar-se. 

Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir. Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo. Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.

Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda daqueles que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso para que, pouco a pouco, mas sempre, você cresça.

Quando for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela. E quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: Fui o mais forte.


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Redação do Momento Espírita com base no livro Para uso diário (Raul Teixeira).

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